domingo, 20 de maio de 2012

Perspectiva de vida: retratos da involução


 
Por Tamires Santana

É preciso ter coragem, o mínimo de amadurecimento e disposição para mudar. E mesmo assim não é fácil. Para estimular o crescimento e alcançar a paz de espírito, é preciso examinar o que existe dentro de você. Ao se deparar com o que há, desencadeia-se um processo e tudo o que vem pra avacalhar a convivência pacifica entre o próprio e, são afastados e preenchidos por pensamentos e sentimentos melhores.
O crescimento em si exige uma série de fatores e por mais que tentamos sermos inteligentes o suficiente pra não aprender com a dor, em certas situações, sua presença é inevitável. A partir do momento que algo vai contra aquilo que tenho como valor, é o suficiente para que o conflito interno se faça presente. Partindo deste princípio, temos algumas opções, uma delas é “borá pra frente” ou abre o portal das lamentações. Infelizmente, grande parte das pessoas prefere a segunda opção.
“Quem tem ouvidos, que ouça”, já disse Jesus Cristo.
Quem não é capaz de mudar? Quem não é capaz de lidar com o novo e deixar para trás o passado? Todos são capazes, basta querer.
Compartilho uma série de frases sobre como a sociedade se porta diante de certas situações, incentivo emocional, choradeiras, parâmetros de valores, reflexões e críticas de todo o tipo. Tanto pra mim, quanto para uma infinidade de pessoas, interligados em uma rede, há uma identificação e concordância com muito do que se é publicado por aí. No entanto, do que adianta tanta “curtição”, compartilhamentos e comentários se diante do primeiro ato de delinquência de um irmão, não tenho a capacidade de praticar o que reafirmo ser o ideal?!
Bem vindo à autocrítica, local de fácil acesso às incertezas, inseguranças, medos e propenso ao individualismo.
É muito fácil apontar o dedo para aquilo que se acredita não estar dentro do conceito de vida. Difícil é trazer soluções para o problema e agir de forma apropriada. A arrogância às vezes toma frente, abrindo espaço para a superioridade e a babaquice.
Jesus insistia que o conhecimento por si só não basta, a boa convivência entre os irmãos é trilhar o caminho do Pai. E venhamos e convenhamos, é um sacrilégio não mandar um serzinho tomar no meio daquele lugar quando ultrapassa a fronteira entre a calma e a peste do desequilíbrio emocional.
Fato: o sofrimento é necessário para o crescimento. Mas dói, dói e dói. Parece que vai morrer. Mas não morre. Pergunto-me sempre que detestavelmente necessário: por que é tão difícil me calar diante um insulto, impedir lágrimas e perdoar?
Se respirar fundo é tentativa pra se acalmar, comigo não funciona? Quantas ocasiões meu coração irá chocar-se contra o peito por não saber o que é aceitação? Quando será o momento que começaremos a curar feridas profundas causadas por outros, mas mantidos por nós mesmos?
Tantos questionamentos.
Peguei o livro Jesus, o maior psicólogo que já existiu, de Mark W. Baker. Há tempos se encontrava na estante da minha casa e mesmo o título ter me chamado atenção, só o li mesmo depois que meu pai recomendou a sua leitura. Li, anotei, refleti e esta curta e objetiva frase foi uma das que mais me marcou: “A sabedoria é demonstrada pelas ações.”