Um país pequeno e tão
pobre não é interessante para o restante do mundo. A História oficial,
infelizmente, procura, sempre que possível, ignorar os menores, mas não menos
importantes. Desta forma, libertar-se, derrubar a ditadura vigente e expulsar os
dominadores, foram tarefas pertencentes aos próprios revolucionários locais.
Nascido em Bafata
(Guiné-Bissau) em 12 de setembro de 1924, Almicar Lopes Cabral foi um
revolucionário africano. Fundou, em 19 de setembro de 1956, o Partido Africano
para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Foi responsável em juntar
Cabo Verde e Guiné-Bissau a favor da derrubada do Império Português e
estabelecer um governo socialista nos dois países.
Forma-se no Instituto
Superior de Engenharia Agrônoma - em 1945 ganhou uma bolsa de estudos em Lisboa,
iniciando suas atividades políticas ainda em Portugal. Retorna para Bissau em
1952. Conhecia bem o seu povo, pois o havia estudado por muitos anos. Desejava
que as regiões fossem diferentes. Influenciado pelo pensamento Marxista, identificou
que a luta necessária seguiria dois componentes fundamentais: a luta
nacionalista e a luta de classes, ou seja, ascender um sentimento de
pertencimento, de identidade nacional e desprender-se dos vínculos dominantes da
colônia portuguesa.
A dominação provocou uma
sistematização da realidade social onde a subordinação era um dos pontos mais
fortes, principalmente se tratando da econômica. Herói do povo e líder das
lutas armadas contra o Império Português, o revolucionário é assassinado em 20
de janeiro de 1973 em Conacri e o que é pior, por dois membros de sua própria
equipe.
Após sua morte as lutas
armadas se intensificam e em 24 de setembro de 1973 é proclamada a
independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Os problemas das duas
nações, obviamente, não cessaram. Cabral foi morto antes de poder ajudar seu
povo a superar os dissabores “do dia seguinte”. Os países ainda vivem uma
realidade sub-humana. A morte na região é rigorosa e segue um cronograma pontual.
Não houve necessariamente uma mudança no panorama social, pois as regiões
libertadas foram dominadas por ditadores cruéis e ainda está longe do “humanismo
revolucionário” tão almejado pelo líder.
“Estamos diante de um rio bastante
agitado e tempestuoso com pessoa que tentam passar e afogam-se, mas elas não
têm alternativa, precisam atravessar”. (Almicar Cabral)
Almicar Cabral
inegavelmente é uma herança!
Matéria publicada no blog da Comunidade Negra de Francisco Morato: http://comunidadenegrafm.blogspot.com.br/2013/01/almicar-lopes-cabral-revolucionario.html
Tamires Santana
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