domingo, 20 de janeiro de 2013

Almicar Lopes Cabral inegavelmente uma herança!




Um país pequeno e tão pobre não é interessante para o restante do mundo. A História oficial, infelizmente, procura, sempre que possível, ignorar os menores, mas não menos importantes. Desta forma, libertar-se, derrubar a ditadura vigente e expulsar os dominadores, foram tarefas pertencentes aos próprios revolucionários locais.
Nascido em Bafata (Guiné-Bissau) em 12 de setembro de 1924, Almicar Lopes Cabral foi um revolucionário africano. Fundou, em 19 de setembro de 1956, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Foi responsável em juntar Cabo Verde e Guiné-Bissau a favor da derrubada do Império Português e estabelecer um governo socialista nos dois países.
Forma-se no Instituto Superior de Engenharia Agrônoma - em 1945 ganhou uma bolsa de estudos em Lisboa, iniciando suas atividades políticas ainda em Portugal. Retorna para Bissau em 1952. Conhecia bem o seu povo, pois o havia estudado por muitos anos. Desejava que as regiões fossem diferentes. Influenciado pelo pensamento Marxista, identificou que a luta necessária seguiria dois componentes fundamentais: a luta nacionalista e a luta de classes, ou seja, ascender um sentimento de pertencimento, de identidade nacional e desprender-se dos vínculos dominantes da colônia portuguesa. 
A dominação provocou uma sistematização da realidade social onde a subordinação era um dos pontos mais fortes, principalmente se tratando da econômica. Herói do povo e líder das lutas armadas contra o Império Português, o revolucionário é assassinado em 20 de janeiro de 1973 em Conacri e o que é pior, por dois membros de sua própria equipe.
Após sua morte as lutas armadas se intensificam e em 24 de setembro de 1973 é proclamada a independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Os problemas das duas nações, obviamente, não cessaram. Cabral foi morto antes de poder ajudar seu povo a superar os dissabores “do dia seguinte”. Os países ainda vivem uma realidade sub-humana. A morte na região é rigorosa e segue um cronograma pontual. Não houve necessariamente uma mudança no panorama social, pois as regiões libertadas foram dominadas por ditadores cruéis e ainda está longe do “humanismo revolucionário” tão almejado pelo líder.
“Estamos diante de um rio bastante agitado e tempestuoso com pessoa que tentam passar e afogam-se, mas elas não têm alternativa, precisam atravessar”. (Almicar Cabral)

Almicar Cabral inegavelmente é uma herança!

Matéria publicada no blog da Comunidade Negra de Francisco Morato: http://comunidadenegrafm.blogspot.com.br/2013/01/almicar-lopes-cabral-revolucionario.html

Tamires Santana

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