quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Salve a “hipocracia” brasileira!





Estranho observar debates que falam de justiça! Da reforma judiciária, aborto, pena de morte, redução da maioridade penal e etc.

O mais estranho é ver que a polêmica se reduz na preocupação como o judiciário falha com os processos que desestabilizam um mega empresário ou uma falsa e ilegal a acusação ao um parlamentar.

Enfim, questões polêmicas sobram e é a periferia quem morre. Quem é julgado nas madrugadas pela lei, quem faz de forma ilegal, de forma crescente os abortos com casos de infecções e mortes entre jovens mulheres. Qual a grande massa que está perdendo a juventude e sendo encarcerados na fundação Casa?

Se com toda a reforma judiciária é importante para atualizar o código penal brasileiro, ótimo, mas que seja igual para todos.

Nada e nem ninguém discute a questão da pena de morte para casos de corrupção, para mau uso do poder público ou dos poderes do legislativo ou jurídico.

O mais estranho é que nunca vou ouvir falar de grandes condenações ou penas para um mau juiz, político safado ou um bandido de farda.
Salve a democracia brasileira!

Já dizia o THAIDE e DJ HUM: “Os homens da lei são todos porcos... todos porcos”.
Bonga Mac

Estranho mesmo é observar argumentos que se pautam na ponta do iceberg, não se preocupando e não chamando a atenção para quem são os únicos e principais responsáveis por esta baderna toda: vós que vos fala, tu que lês e nós que existimos.

A marginalização faz parte da história da periferia desde a sua origem, com a especulação imobiliária, programas de higienização, êxodo rural, etc. Estranho é como tal fato se repete e como a situação se torna cada vez mais deteriorante, sendo que, aparentemente, quem mora nas favelas não tem poder político para palpitar nada e nem mudar a sua condição.
Não devemos ser taxativos, mas antes de nos voltarmos aos poderosos, cuja grande maioria são (consecutivamente) votados e erguidos por nós mesmos, precisamos avaliar que posição estamos tendo diante destes fatos históricos que só vem a oprimir a nós mesmos.

A corrupção e o mau caráter, antes mesmo de penetrar no poder público, são exalados pela sociedade civil. Sim, muitos de nós, pra não dizer a maioria, somos corruptos, porcos e sujos. Não precisa estar sujo de lama. A forma mesquinha de pensar apenas em si, de não acreditar ou se empenhar em ações coletivas sem tirar proveito da situação, seja se promovendo ou adquirindo bens, de apoiar e votar (como só a democracia brasileira consegue proporcionar), sem ter uma cesta alimentícia ou algum ganho em troca. Tal ato seria mesmo justificado pela necessidade ou pela ausência de valores?
Não se pode deixar passar despercebido também os contemplados pelo bolsa família ou outro tipo de assistencialismo que o governo fornece e que (não que seja contra o benefício) são usados para manterem vícios.

Há de se enfatizar como não se discutem sobre a popularização de “como é bom ser vida loka”, como a “mulherada desce e senta quando toca o tamborzão” e de como “a Soda está liberada”, inclusive, a “Soda” está sendo consumida por crianças que ingerem muitas informações que lhe são proporcionadas no decorrer do seu desenvolvimento e formação de...caráter.

Somos instruídos a acreditar que se assim é, assim será, não lutamos e nos contentamos com o pouco de nada. E como o nada há de haver pouco? Com a força das nossas ilusões. Pensamos que temos, que somos, mas tudo não passa de ilusão. Culpamos o outro quando na verdade a culpa e a iniciativa partem de nós mesmos. A mudança não vem de fora pra dentro, muito menos de cima pra baixo. Porcos somos nós que votamos mal, lemos mal, nos contentamos restos, que batemos palmas pra loucos e deterioramos os princípios familiares, a moral, a ética...

Os homens das leis, reflexo da sociedade, ponta do iceberg, são todos porcos?

Salve a democracia brasileira!

“ Pegue duas medidas de estupidez
Junte trinta e quatro partes de mentira
Coloque tudo numa forma
Untada previamente
Com promessas não cumpridas
Adicione a seguir o ódio e a inveja
Dez colheres cheias de burrice
Mexa tudo e misture bem
E não se esqueça antes de levar ao forno temperar
Com essência de espirito de porco
Duas xícaras de indiferença e um tablete e meio de preguiça” (Os Anjos de Legião Urbana).

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