Estranho observar debates
que falam de justiça! Da reforma judiciária, aborto, pena de morte, redução da
maioridade penal e etc.
O mais estranho é ver que
a polêmica se reduz na preocupação como o judiciário falha com os processos que
desestabilizam um mega empresário ou uma falsa e ilegal a acusação ao um
parlamentar.
Enfim, questões polêmicas
sobram e é a periferia quem morre. Quem é julgado nas madrugadas pela lei, quem
faz de forma ilegal, de forma crescente os abortos com casos de infecções e
mortes entre jovens mulheres. Qual a grande massa que está perdendo a juventude
e sendo encarcerados na fundação Casa?
Se com toda a reforma
judiciária é importante para atualizar o código penal brasileiro, ótimo, mas
que seja igual para todos.
Nada e nem ninguém discute
a questão da pena de morte para casos de corrupção, para mau uso do poder
público ou dos poderes do legislativo ou jurídico.
O mais estranho é que
nunca vou ouvir falar de grandes condenações ou penas para um mau juiz,
político safado ou um bandido de farda.
Salve a democracia brasileira!
Já dizia o THAIDE e DJ HUM: “Os homens da lei são todos
porcos... todos porcos”.
Bonga
Mac
Estranho mesmo é observar
argumentos que se pautam na ponta do iceberg, não se preocupando e não chamando
a atenção para quem são os únicos e principais responsáveis por esta baderna
toda: vós que vos fala, tu que lês e nós que existimos.
A marginalização faz parte
da história da periferia desde a sua origem, com a especulação imobiliária,
programas de higienização, êxodo rural, etc. Estranho é como tal fato se repete
e como a situação se torna cada vez mais deteriorante, sendo que, aparentemente,
quem mora nas favelas não tem poder político para palpitar nada e nem mudar a
sua condição.
Não devemos ser taxativos,
mas antes de nos voltarmos aos poderosos, cuja grande maioria são
(consecutivamente) votados e erguidos por nós mesmos, precisamos avaliar que
posição estamos tendo diante destes fatos históricos que só vem a oprimir a nós mesmos.
A corrupção e o mau
caráter, antes mesmo de penetrar no poder público, são exalados pela sociedade
civil. Sim, muitos de nós, pra não dizer a maioria, somos corruptos, porcos e
sujos. Não precisa estar sujo de lama. A forma mesquinha de pensar apenas em
si, de não acreditar ou se empenhar em ações coletivas sem tirar proveito da
situação, seja se promovendo ou adquirindo bens, de apoiar e votar (como só a
democracia brasileira consegue proporcionar), sem ter uma cesta alimentícia ou
algum ganho em troca. Tal ato seria mesmo justificado pela necessidade ou pela
ausência de valores?
Não se pode deixar passar
despercebido também os contemplados pelo bolsa família ou outro tipo de
assistencialismo que o governo fornece e que (não que seja contra o benefício)
são usados para manterem vícios.
Há de se enfatizar como
não se discutem sobre a popularização de “como é bom ser vida loka”, como a
“mulherada desce e senta quando toca o tamborzão” e de como “a Soda está
liberada”, inclusive, a “Soda” está sendo consumida por crianças que ingerem
muitas informações que lhe são proporcionadas no decorrer do seu
desenvolvimento e formação de...caráter.
Somos instruídos a
acreditar que se assim é, assim será, não lutamos e nos contentamos com o pouco
de nada. E como o nada há de haver pouco? Com a força das nossas ilusões.
Pensamos que temos, que somos, mas tudo não passa de ilusão. Culpamos o outro
quando na verdade a culpa e a iniciativa partem de nós mesmos. A mudança não
vem de fora pra dentro, muito menos de cima pra baixo. Porcos somos nós que
votamos mal, lemos mal, nos contentamos restos, que batemos palmas pra loucos e
deterioramos os princípios familiares, a moral, a ética...
Os homens das leis, reflexo da sociedade, ponta do
iceberg, são todos porcos?
Salve a democracia brasileira!
“ Pegue duas medidas de estupidez
Junte trinta e quatro partes de mentira
Coloque tudo numa forma
Untada previamente
Com promessas não cumpridas
Adicione a seguir o ódio e a inveja
Dez colheres cheias de burrice
Mexa tudo e misture bem
E não se esqueça antes de levar ao forno temperar
Com essência de espirito de porco
Duas xícaras de indiferença e um tablete e meio de preguiça”
(Os Anjos de Legião Urbana).
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