sábado, 18 de dezembro de 2010

O presente

A cachorra: a intenção era tirar o medo de tudo o que se mexesse e não fosse gente.


Por: Tamires Santana


   Um presente é algo agradável tanto para o emissor, quanto para o receptor. É, digamos que em termos, tudo depende da situação ou o ponto de vista. Existem os “presentes de Grego”. Aquele mesmo, da Ilíada. Prejudicou tanto quem o recebeu.
   O tal cavalinho de madeira, simplesmente recheado de soldados, deixado pelos gregos às portas de Tróia, causou tanto que entrou para a história. No meu caso não foi um cavalo e sim um cachorro, ou melhor, uma cadela.
   A palavra cadela, apesar dos pesares, não me soa muito bem, parece uma mais uma ofensa, sendo assim, usarei o termo “a cachorra”, como em uma das cenas do filme O Auto da Compadecida. Seu pelo é preto e branco, tem os olhos cor de mel e sua pele tem pintinhas por todo o corpo (por baixo dos pelos).
   Veio com a falsa promessa de se trata de um Poodle misturado com Vira-Lata. Bem, se levarmos adiante que a raça Vira-Lata é resistente a todo e qualquer genoma, podemos afirmar que ela venceu o DNA e prevaleceu tanto na aparência física, quanto no comportamento.
   Apresentou-se um dia como “o presente do seu filho”. A intenção era tirá-lo o medo de tudo o que se mexesse e não fosse gente. Acho que neste aspecto teve-se um resultado positivo. Um dia desses o vi tentando montar no mamífero vertebrado de quatro patas. Seus dentes, de tão afiados, é de dar raiva.
   Não para de pular um minuto e não sossega enquanto alguém não perde o equilíbrio, momento este que solta um grito desesperador. Confesso que assim que me sobrar o estimado papel e algumas rodelas de prata, darei um jeito de comprar uma coleira.
   Depois que o animalzinho usurpou e machucou toda a minha pantufinha rosa de listras lilás, preta, amarela e azul, cheguei à conclusão que limites é o que a danada da cachorra precisa. Não passa de um bebê carente e arteiro. Estimo, sinceramente, dias melhores para esta convivência entre animais e seres humanos.

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