sábado, 18 de dezembro de 2010

O primeiro dia de férias




Por: Tamires Santana

   Depois de mais de um ano e meio tenho o privilégio de ficar a sós por um longo período diário com o meu filho. Trata-se de aproximadamente 8 horas ininterruptas, todos os santos dias até a volta das aulas.
  Estudante, mãe, funcionária, usuária do transporte público... Alguém fica com uma parcela a menos da minha presença. Como a corda sempre quebra para o lado mais fraco, o maior prejudicado nesta história foi o filho.
   Experiência quase nova e mal sucedida em algumas vezes que ocorreu, a consciência já dizia que não seria um dia tão rápido e tranqüilo. Consciência esta que podemos nominar de intuição ou “espíritos de luz”. O que importa é que ela tinha razão.
   As primeiras horas são sempre as melhores. O filho não para quieto. Brinca daqui, brinca dali, ele já sabe o que quer...vai até a televisão e liga. Abre a gaveta onde fica os DVDs (todos originais, é claro) e começa a falar em línguas...línguas de bebê.
   Eu sabia, pela milésima vez ouviremos em alto e bom som A Galinha Pintadinha 2. A primeira música é resumidamente...irritante. “Po pó pó pó pó pó...” e por aí vai. Se eu me nego ele chora e se ele chora, no fim da conversa, eu também choro, mas de tanto ouvir choro na minha cabeça. Viva a família aviária.
   Ele cansa das músicas. Ufa! Vamos a outro estilo de música. Que tal Evanescence. Ele fica com medo e não passa do terceiro clipe. Esse menino precisa ouvir mais rock. Que tal uma Ana Carolina e Seu Jorge? Quando vê o negão, deu “piti”. Esse menino não pode ser racista. Bem...entre erros e erradas, chegamos a Vanessa da Matta. Agradou as duas partes.
   Dançamos até que ele pegou no sono. Heeee!!! Viva a Da Matta! Ela é linda, poderosa, talentosa e principalmente fez o meu filho dormir. Enquanto ele dá um time, passo roupa. Ô Vida!
A roupa limpa é posta de lado. Almoço, sujeira. Suco, molhadeira...volto a passar roupa.
   Tô ouvindo risos e latidos. O filho brinca do lado de dentro enquanto a cachorra brinca do lado de fora. Uma interação sem tamanhos. Um único problema, existe uma porta janela de vidro entre as partes.
  Com um pedaço de colar (bijuteria, nada aparentemente perigoso até o momento), o filho bate tão forte que racha um dos pedaços de vidros.
   Lá vai o prejuízo...a mãe da mãe quando ver vai exigir ressarcimento antes do Natal.
   Depois o filho vai para o quintal, mas volta chorando. O tio tirou o pote que armazena os pregadores de sua mão. Ele simplesmente estava jogando os pregadores em um cano que vai não sei para onde. Não bastando, esta com parte do rosto sujo de barro. Como as crianças fazem tantas coisas em tão curto espaço? Não deu tempo nem de passar duas peças de roupa.
   Cadê a “pepeta”?

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