domingo, 30 de dezembro de 2012

Eduardo, o chato




Por Tamires Santana

Eduardo até me pareceu um cara valente, morador do senso comum e pregador de ideologias básicas. 

Me enganei!

Eduardo é um chato e isto é quase tudo. Nas infinitas e excessivas discussões sobre a situação do brasileiro, a tragédia futebolística, o índice de violência e a dança da prostituição com garotas de menores e estrangeiros tarados, ele diz a verdade. O problema é que acentua tanto a temática que acaba rondando sobre os mesmos argumentos.

Eu já entendi sobre o drama, as lágrimas derramadas ao som do calibre n° X, as gerações que se perderam influenciadas sob a ótica de mensagens ilusórias do canal Y. Eu só não entendi quando o Eduardo vai parar de falar.

Talvez a culpa seja minha, sabe?! Tenho a mania de querer entender os problemas e a partir deles tentar resolvê-los, todos, se possível. Enchessão de saco deve ser o mais breve possível. Não admito lamentações, choramingo e lamúrias; sou implacável quanto ao posicionamento de “nós somos pobres coitados, manipuláveis” e extremamente rebelde quando diante da prolixidade.

Só falta o Eduardo fazer um convênio do PAF* e aguardar a morte, tamanho o pessimismo que o ronda. Mas antes de morrer, é claro, ele precisa de três coisas: fazer um filho, escrever um livro e plantar uma árvore. Pelo título do livro Eduardo: a guerra não declarada na visão de um favelado e posteriormente pelas informações que se encontram no prólogo, talvez ainda falte plantar uma árvore.


*Nada contra os segurados do plano. Até acho uma boa pensar nos trâmites do enterro e poupar quem fica de todo o desgaste. Apenas usei do argumento para ilustrar o conceito.

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